sexta-feira, 18 de maio de 2012

LITERATURA DE CORDEL

Origem 

A literatura de cordel é uma espécie de poesia popular que é impressa e divulgada em folhetos ilustrados com o processo de xilogravura. Também são utilizadas desenhos e clichês zincografados. Ganhou este nome, pois, em Portugal, eram expostos ao povo amarrados em cordões, estendidos em pequenas lojas de mercados populares ou até mesmo nas ruas.

Chegada ao Brasil 

A literatura de cordel chegou ao Brasil no século XVIII, através dos portugueses. Aos poucos, foi se tornando cada vez mais popular. Nos dias de hoje, podemos encontrar este tipo de literatura, principalmente na região Nordeste do Brasil. Ainda são vendidos em lonas ou malas estendidas em feiras populares.

De custo baixo, geralmente estes pequenos livros são vendidos pelos próprios autores. Fazem grande sucesso em estados como Pernambuco, Ceará, Alagoas, Paraíba e Bahia. Este sucesso ocorre em função do preço baixo, do tom humorístico de muitos deles e também por retratarem fatos da vida cotidiana da cidade ou da região. Os principais assuntos retratados nos livretos são: festas, política, secas, disputas, brigas, milagres, vida dos cangaceiros, atos de heroísmo, milagres, morte de personalidades etc.

Em algumas situações, estes poemas são acompanhados de violas e recitados em praças com a presença do público. 
Um dos poetas da literatura de cordel que fez mais sucesso até hoje foi Leandro Gomes de Barros (1865-1918). Acredita-se que ele tenha escrito mais de mil folhetos. Mais recentes, podemos citar os poetas José Alves Sobrinho, Homero do Rego Barros, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), Téo Azevedo. Zé Melancia, Zé Vicente, José Pacheco da Rosa, Gonçalo Ferreira da Silva, Chico Traíra, João de Cristo Rei e Ignácio da Catingueira.

Vários escritores nordestinos foram influenciados pela literatura de cordel. Dentre eles podemos citar: João Cabral de Melo, Ariano Suassuna, José Lins do Rego e Guimarães Rosa.

PRODUÇÃO DE CORDEL

O Meu Lugar de Sonho

É um lugar extraordinário,
Lindo e sensacional
Lá a tristeza não tem vez,
Pois é coisa do mal
A alegria predomina
E nunca tem final

O povo vive contente
Com esse mundo legal
Todos eles convivem lá
Sem ter briga desleal
Os bandidos não existem
Isso é sensacional

Este mundo do qual falo
É bastante diferente,
Deste mundo do qual vivo,
Ele está em nossa mente
Por isso não convivemos,
Sem ele tranquilamente

É melhor viver no sonho,
Porque lá vivemos em paz
A vida é muito boa,
Pois é a gente que faz;
Tudo é elegantemente
Como escrita no cartaz.

Jefferson, Wendel e Welyson
Disciplina – Português, Turma-
9ºA. 28/05/2012. Prof.:
Francisco Antônio

ACORDA, BRASIL!



O caso que falarei,
É um assunto delicado,
Falo de diversos jovens
Que já foram maltratados,
A procura de dinheiro,
Ambos foram enganados

O trabalho infantil
Encobre toda a infância
Da criança e adolescente
Nessa fase de latência,
Afinal não dê apoio
Dentro dessa circunstância

Todos eles têm direito:
A vida ser bem melhor,
Você pode reclamar
Até mesmo ao promotor,
Ficar de boca calada
Tudo isso é bem pior

Trabalhando bem na roça,
Zelando bem do roçado,
Escolhendo o feijãozinho
Que já fora debulhado,
Asseguro com certeza,
É trabalho bem puxado
 
Fazer trabalho forçado
Sem a ninguém reclamar,
Ganhando pouco dinheiro
Sem família pra ajudar,
Alguns até acostumam
De tanto se esforçar

Pena que hoje em dia
Isso é frequentemente
Até algumas crianças
Ficam bastante doentes,
Devido escoriações
Nos corpos e em suas mentes

Hoje tem várias maneiras
De trabalho infantil:
Do trabalho no roçado,
Que é dito bem hostil,
Até trabalho doméstico
Que é comum no Brasil

Preste ajuda no combate
Desta grande exploração:
Daquelas pobres crianças
Que dão vidas à nação,
Proteger a qualquer custo
Isso nos chama atenção

Se todos contribuírem
Já dar um grau de melhora,
Comunique ao seu vizinho,
E a seu bairro sem demora,
Por isso não atrase mais,
Porque essa é a hora

Todas aquelas crianças
Que sofrem em seus trabalhos
E para poder salvá-las,
Existem alguns atalhos
Corre um grande um risco
Delas irem pro borralho

Quem abusa das crianças
Tem a elas discriminar:
O direito de lazer,
O direito de estudar,
Por isso não tenho dúvidas
Esse mal tem que acabar

O trabalho bem puxado,
Exigem muito esforço,
Com isso se acostumaram
Com a labuta e o reforço
Já que sofrem muito tempo,
E querem sair do poço

São uns bandos de cruéis
Que nunca têm coração,
Maltratam sem dó as crianças
Sem a menor atenção,
Nesse caso denuncie
Sem ter grande apelação

Pro trabalho infantil
Procure sempre ajudar,
Junte-se a nós nesse embarco
E uma corrente formar,
Erradicando com garra
E instituições criar

Ajude sempre seu próximo,
Não seja um desirmão,
Esteja sempre presente,
Segure em suas mãos,
Por favor, tenha um pouco
De nobreza e corrimão

Crianças e adolescentes
Que sofrem exploração
Muitas vezes são forçados,
Por pessoas sem noção
De caráter vergonhoso
Que aterroriza a nação

O trabalho é bem duro
Pro tamanho da criança,
Ela logo não suporta
Seu bracinho, então cansa,
A criança pede ajuda
A você com esperança

Vamos se manifestar
Denunciando os abusos
Que acontece em sua cidade,
Assim reduzindo os casos,
Prendendo todo agressor
E o Brasil livre dos intrusos

Diga não para o trabalho,
Saúde sempre em primeiro
A vida pede urgência
Ou vai ficar no atoleiro?
Procure não cair nessa
Pra continuar inteiro

O que está esperando?
Que tal você ajudar!
Alertando o cidadão,
Bem aí no seu lugar,
A vitória é difícil,
Mas podemos alcançar.

Autor: Raimundo Nonato Nicolau Silvestre
Cordel sobre o PETECA. 9º Ano C. Escola Municipal 
de Ensino Fundamental Francisco Sales de Carvalho. 
Córrego da Forquilha II - Jijoca de Jericoacoara-Ce.